A noite de estreia do Palmeiras no Campeonato Brasileiro não
foi a que os mais de 27 mil torcedores esperavam neste sábado, no estádio
Allianz Parque, em São Paulo. Disperso em campo, especialmente no primeiro
tempo, o Verdão foi derrotado pelo Ceará por 3 a 2 e viu duas séries de
invencibilidade caírem de uma vez só.
A primeira foi a de vitórias seguidas na sua arena, que já
era um recorde. Após a goleada por 4 a 0 sobre o São Paulo, pela final do
Campeonato Paulista, o Verdão chegou a 10 triunfos consecutivos no Allianz
Parque, superando a antiga marca de nove resultados positivos em sequência,
obtida entre 21/10/2020 e 15/12/2020.
A outra invencibilidade que acabou foi justamente contra o
Ceará. Em 16 jogos, o Palmeiras não havia perdido nenhuma vez. Foram 13
vitórias e três empates, com um aproveitamento de 81,25% por parte do clube
alviverde, que havia marcado 40 gols e sofrido apenas sete.
Na segunda rodada, o Palmeiras terá pela frente o Goiás, no
próximo sábado, às 16h30 (de Brasília), no estádio Hailé Pinheiro, a Serrinha,
em Goiânia. Antes, nesta terça-feira, às 21h30, receberá o Independiente
Petrolero, da Bolívia, pela segunda rodada da Copa Libertadores.
Já o Ceará será mandante contra o Botafogo, no próximo
domingo, às 19 horas, na Arena Castelão, em Fortaleza. Mas joga antes no meio
de semana, pela Copa Sul-Americana, contra o Deportivo La Guaira, na
terça-feira, às 19h15, na Venezuela.
O jogo – Em um primeiro tempo movimentado, o Palmeiras
começou a partida disperso na defesa e foi surpreendido pela postura mais
ofensiva do Ceará. O time visitante procurou ficar mais tempo com a bola nos
pés e explorou bastante a velocidade de Mendoza pelo lado esquerdo, em cima do
lateral-direito Marcos Rocha.
Tanto o Ceará levou perigo que conseguiu abrir o placar logo
aos seis minutos. Em um contra-ataque pela esquerda, Mendoza disparou, deixando
o rival para trás, entrou na área e cruzou rasteiro. Jorge tentou cortar e fez
o gol contra.
Mas o Ceará não parou por aí, mesmo levando alguns sustos na
defesa como em uma cabeçada de Dudu. Aos 13 minutos, após escanteio fechado
cobrado por Vina e defesa de Weverton, Mendoza chutou, Marcos Rocha salvou em
cima da linha, mas a bola caiu nos pés do colombiano novamente. Na segunda vez,
ele acertou o ângulo esquerdo e fez 2 a 0.
Seguindo com seu estilo de jogo, de toques rápidos e viradas
de bola, o Palmeiras não se desesperou e foi em busca de seus gols. Conseguiu o
primeiro aos 21 minutos. Dudu tocou para Raphael Veiga, que devolveu no
atacante. O camisa 7 deu uma deixadinha e a bola chegou em Zé Rafael, que de
primeira acertou um lindo chute no ângulo esquerdo alto de João Ricardo.
A partir daí, a partida ficou mais truncada, com muitas
faltas dos dois lados. Tanto que o árbitro potiguar Caio Max Augusto Vieira
distribuiu muitos cartões amarelos até o intervalo – seis ao todo, incluindo o
técnico português Abel Ferreira, por reclamação.
Para o segundo tempo, Abel Ferreira mexeu no jeito do
Palmeiras jogar e colocou o centroavante Rafael Navarro na vaga de Jorge.
Gustavo Scarpa foi para a lateral esquerda. No Ceará, o zagueiro Luiz Otávio
sentou dores na volta do intervalo, ainda anates do apito inicial. Não deu um
minuto e ele caiu no gramado e foi substituído.
Sem temer o Palmeiras, o Ceará manteve a sua postura de
atacar quando ficava com a bola. Mendoza perdeu uma boa chance aos 11 minutos.
Com Scarpa na esquerda e batendo todos os lances de bola parada, o Verdão teve
suas oportunidades. Em uma delas, Murilo cabeceou perto do travessão após um
escanteio da direita. Em outra de maior perigo, Scarpa chutou de longe e João
Ricardo teve dificuldades para espalmar.
A partir dos 20 minutos, o Ceará passou a jogar mais nos
contra-ataques e levou perigo algumas vezes. Em duas, com Erick, só não marcou
porque um chute passou raspando a trave e o outro foi defendido por Weverton.
Mendoza também teve a sua chance e bateu para fora.
Com as entradas de Gabriel Veron e Giovani e as saídas de
Dudu e Raphael Veiga, o Palmeiras entrou em um modo mais desesperado de mandar
a bola para o ataque, tentando explorar jogadas aéreas. Não deu certo e ainda
viu o Ceará praticamente matar o jogo em mais um contra-ataque. Aos 40 minutos,
Lucas Ribeiro marcou.
Ainda houve tempo, nos acréscimos para um pênalti para o
Palmeiras, marcado com a ajuda do VAR. Gustavo Gómez marcou, aos 49 minutos, e
deu esperanças. Até brigas com gândula e entre os jogadores após expulsão de
Vina aconteceram, mas não havia mais tempo e o Ceará acabou com a
invencibilidade alviverde no Allianz Parque.
Gazeta Esportiva (foto: César Grecco/assessoria)