Massimo Busacca, diretor de arbitragem da Fifa, é a favor do
VAR
O uso do VAR, árbitro assistente de vídeo, gera
controvérsias e polêmicas no futebol mundial. Enquanto muitos jogadores e
torcedores são contra o uso do recurso, outras muitas pessoas defendem a
utilização da tecnologia. Dentre aqueles que são a favor, está o diretor de
arbitragem da Fifa, Massimo Busacca.
No cargo da entidade máxima do futebol por 15 anos, o suíço
defende o uso do VAR e ainda dá exemplos de sofrimento por parte dos juizes.
“Para entender o que é a vida de um árbitro, tente ser um uma vez”, disse o
Busacca, em entrevista à Reuters. “Tente, só para ver o que significa cometer
um erro sério e ser assassinado pela mídia no dia seguinte. Só eu sei quantas
horas passei olhando para o teto, sem dormir, por causa do meu erro… e sei que
uma única decisão pode mudar sua vida”.
“Um jogador pode ser muito ruim durante 89 minutos, aí ele
marca um gol e de repente é um herói. Um árbitro pode ser o melhor do mundo
durante 89 minutos, aí comete um erro e é assassinado”, explicou o juiz suíço.
Copa do Mundo com árbitro de vídeo
A tecnologia do árbitro de vídeo vai ser utilizada pela Fifa
durante a Copa do Mundo de 2018, na Rússia
Como argumento para garantir a tecnologia, a Fifa divulgou
em janeiro de 2018 um relatório sobre a utilização do VAR em 804 jogos de 20
competições oficiais ao redor do mundo desde março de 2016. Os dados, de acordo
com a entidade, foram positivos e encorajadores.
– 56,9% das revisões foram para lances de pênalti ou
gol
– Média menor de 5 de revisões por jogo
– Checagem de cada lance durou, em média, 20 segundos
– 68,8% dos jogos não tiveram revisão
– Média de um erro claro a cada três partidas
– Índice de acerto de 98,9% em lances revisados
– Impacto decisivo no resultado do jogo em 8% dos jogos
– Média de revisão de 60 segundos por lance (39 vias
comunicação interna e 70 em casos de consulta no campo)
– A média de tempo perdido é menor que 1% do tempo total de
jogo
– Um erro considerado claro não foi corrigido em 5% dos
casos (1 a cada 20)
Assim como a entidade máxima do futebol mundial já havia
avisado desde o início dos testes, o árbitro de campo só poderá recorrer ao VAR
em situações de erro claro. Isso significa que jogadas em que podem haver
diversas interpretações não devem ser avisadas. Serão apenas quatro situações
que poderão ser analisadas pela equipe de arbitragem: situações de gol,
marcação de pênaltis, cartões vermelhos e confusão da identidade de jogadores.
“Peço que nos deixem usar o VAR nestes momentos. Nossas
carreiras e nossas vidas têm que mudar, têm que ser mais justas. Como qualquer
pessoa, os árbitros não gostam de saber que cometeram um erro”, completou o
diretor de arbitragem da Fifa.
Fonte: IG
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