De terno e gravata, o uruguaio Diego Aguirre foi apresentado
como novo técnico do São Paulo na tarde desta segunda-feira, no CT da Barra
Funda. Após receber as boas-vindas do diretor-executivo de futebol Raí e do
superintendente de relações institucionais Diego Lugano, o sucessor de Dorival
Júnior comemorou o acerto e falou sobre o que vai exigir nesta sua passagem
pelo clube como treinador.
“É um prazer estar aqui e ter assinado contrato com o São
Paulo. Estou feliz. É uma oportunidade profissional espetacular. Tenho certeza
que faremos um grande trabalho juntos. Ansioso por começar o trabalho e mostrar
no campo o futebol que o São Paulo historicamente tem”, celebrou o técnico, que
no Brasil treinou Internacional e Atlético-MG em 2015 e 2016, respectivamente.
“É fundamental o time mostrar competitividade. Tem que
mostrar atitude, determinação total para ganhar cada jogo. É a primeira coisa
que teremos de dar ao time, depois as coisas táticas e de jogo. Vamos fazer o
trabalho a cada treino, mas a primeira mensagem que quero dar é que o torcedor
tem de se sentir representado pelo time dentro de campo”, ressaltou, preferindo
esconder o que pensa sobre o estilo de jogo pretendido para a equipe.
“Não vou responder muita coisa. Prefiro que vocês
(jornalistas) vejam nos jogos”, despistou. “Sei que o time tem de mostrar
agressividade, atitude, determinação. Um time grande como o São Paulo tem que
ganhar. Sei o que é jogar num time grande com pressão. Temos de assumi-la e ter
confiança. Sobre coisas táticas, não é hora de falar disso”, reiterou.
Raí, então, pegou o microfone para respaldar a ideia do novo
comandante, com quem dividiu vestiário no São Paulo em 1990. “É um treinador
muito atualizado, referendado. Esse lado da competitividade é algo que queremos
e é muito importante para que o São Paulo volte a brigar para estar onde
merece”, afirmou o executivo.
Além das questões referentes ao time, outro tema bastante
questionado na entrevista coletiva foi uma eventual proposta da seleção
uruguaia após a Copa do Mundo. Aguirre, de 52 anos, não escondeu que treinar o
time celeste é um plano para o futuro, mas prometeu cumprir o seu contrato até
o dia 31 de dezembro de 2018.
“A primeira coisa que o Raí perguntou foi sobre a seleção do
Uruguai. Eu disse que a prioridade é o São Paulo. Faz muito tempo que se fala
no Uruguai que tenho a chance de ser o técnico. Não é algo que vai durar para
sempre. Em algum momento talvez seja uma possibilidade, mas meu compromisso é
para todo ano e vou cumprir”, assegurou.
O temor da direção são-paulina se deve ao histórico recente
do clube, que nos últimos anos perdeu técnicos estrangeiros em razão de
convites de seleções, como nos casos de Juan Carlos Osorio e Edgardo Bauza, que
trocaram o Tricolor por México e Argentina, respectivamente.
“Temos algo muito mais valioso do que uma cláusula de
contrato, que é a palavra do Aguirre. Eu o conhecia nos anos 90 e deu para
perceber a hombridade e o caráter do Aguirre. Depois não tive mais contato e
ficou na memória. O compromisso é que fique ao menos até dezembro, mas
esperamos que seja mais do que isso”, disse Raí.
Em busca de obter o seu visto de trabalho, Diego Aguirre não
comandou o treino desta tarde, deixando a atividade nas mãos do auxiliar André
Jardine. Ele corre atrás do documento para poder dirigir o time contra o
CRB-AL, nesta quarta-feira, em Maceió, pelo jogo de volta da Copa do Brasil.
Além de Jardine, compõem sua comissão técnica os auxiliares Juan Verzeri e Raul
Enrique Carreras, e o preparador físico Fernando Piñatares.
Fonte: Gazeta Esportiva
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