No dia das finais por aparelhos, a Ginástica do Brasil mais
uma vez foi soberana no Campeonato Pan-Americano, na Arena Carioca 1. Caio
Souza, que já havia conquistado o ouro no individual geral e na competição por
equipes, somou mais três peças à sua coleção: foi o primeiro colocado também
nas argolas (14.700), no salto sobre a mesa (14.575) e nas paralelas (14.900).
O generalista deixou o ginásio com cinco medalhas de ouro. Nas paralelas, Diogo Soares, competindo mais solto depois de conquistar, na
sexta-feira, a vaga para o Brasil, assegurou um bronze (14.050), atrás
do colombiano Javier Sandoval (14.500). O evento foi transmitido ao vivo
pelo Canal
Olímpico do Brasil.
Mesmo com todas essas conquistas, o atleta, um
perfeccionista, ainda estava se lamentando, à tarde, por uma queda do cavalo
com alças, sofrida pela manhã, que lhe tirou as chances de obter uma sexta
medalha. “Fico me remoendo um pouco por causa do cavalo, porque a gente treina
muito. Mas, apesar disso, estou muito feliz pelos resultados. O Campeonato
Pan-Americano foi um bom esquenta para os Jogos Olímpicos. Agora só falta a
reta final da preparação. É caprichar um pouco mais nuns passinhos, uma postura
aqui e outra ali”.
Nas paralelas assimétricas, Lorrane Oliveira, com uma
execução muito próxima da perfeição, sagrou-se campeã, com a nota 13.867.
Christal Bezerra, também muito técnica, completou a dobradinha brasileira, com
12.967. A argentina Martina Dominici assegurou o bronze, com 12.767.
Outro grande destaque brasileiro nas finais foi Ana Luiza
Lima. Ao som de um tango de Astor Piazzolla, a jovem paranaense, com uma
exibição intensa e muito graciosa, conquistou a medalha de ouro no solo, com a
nota 12.967. Christal fez companhia a Ana no pódio, ao faturar o bronze, com
12.767. Entre as duas brasileiras ficou a argentina Martina Dominici (12.800).
Mais um talento em ascensão, Júlia Soares, de apenas 16
anos, conseguiu a medalha de bronze na trave, logo em sua primeira competição
da categoria adulta. Com a nota 12.333, ficou atrás apenas da costa-riquenha
Luciana Alvarado (13.033), que se classificou para a Olimpíada, e da mexicana
Paulina Martinez.
No solo, o jovem Tomás Florêncio brilhou, com vários saltos
cravados, e conquistou a medalha de prata (13.100). O brasileiro foi superado
apenas pelo equatoriano Israel Chiriboga (13.550). O argentino Julian Jato
(13.050) completou o pódio.
No cavalo com alças, nosso maior especialista no aparelho,
Francisco Barretto Júnior, não cometeu grandes falhas, mas apresentou alguns
probleminhas na execução. A prova foi bastante equilibrada. Os três finalistas
obtiveram a mesma nota (13.000). A definição das medalhas se deu pelos
critérios de desempate e, como a execução do brasileiro foi a pior entre os
três, ele ficou atrás do argentino Santiago Mayol e do colombiano Javier
Sandoval.
Arthur Nory, campeão mundial na barra fixa, não conseguiu
reeditar a bela atuação na fase classificatória e acabou ficando na oitava
colocação, com 11.500. Diogo Soares foi o sétimo (12.500). O pódio foi formado
pelos colombianos Javier Sandoval (13.900) e José Manuel Martinez Moreno
(13.300) e pelo argentino Santiago Mayol (12.900).
No quadro geral de medalhas, o Brasil terminou com nove
ouros, duas pratas e cinco bronzes. A Colômbia somou dois ouros, seis pratas e
três bronzes. A Argentina conseguiu dois ouros, cinco pratas e sete bronzes. Já
o México obteve um ouro, três pratas e um bronze. Os Estados Unidos, depois de
assegurar uma vaga individual, por meio de Paul Juda, optou por não disputar as
finais por aparelhos.
Fonte: CBG