Na Cara do Gol MT

O jiu-jítsu era um combate mortal entre samurais

Foto: Assessoria
“Os historiadores de esporte do mundo todo, quando se referem ao jiu-jítsu, são unânimes em dizer que esse esporte é o pai do judô, do caratê, do aikidô, do kung fu e de outras lutas marciais do Oriente”, conta o escritor (+ de 20 livros), advogado, dirigente esportivo e jornalista esportivo (+ de 15 mundiais de futebol e 10 olimpíadas), Orlando Duarte.
 De acordo com o livro dele, intitulado “História dos Esportes”, o jiu-jítsu surgiu no século XV, no Japão, no tempo dos senhores feudais. Época em que os lutadores usavam espadins e a luta era mortal, valiam os estrangulamentos, pontapés e joelhadas. Não era um esporte, era uma guerra.
 Foi só no século XIX, com a proibição do uso de armas por parte dos samurais, que o jiu-jítsu se consagrou na forma esportiva e para defesa pessoal. E como em todas as lutas orientais, havia muito de religiosidade no instante do combate no estilo jiu-jítsu.
 A modalidade esportiva só foi chegar ao Brasil em 1920, em Belém, capital do Pará. Por meio de cinco japoneses, chamados Yomato Maida, Satake, Laku, Ochmite e Okura. E lá obtiveram espetaculares vitórias sobre os estivadores e ganharam respeito de todos pela técnica apurada.
 Yomato Maida era o grande “astro”. Ninguém aguentava um minuto diante dele. Os capoeiristas acreditavam que podiam vencê-lo, mas no primeiro desafio, contra o melhor deles, ficou provado que não. Maida ganhou nos primeiros segundos do combate com o primeiro golpe. E isso bastou para que muitos quisessem praticar a nova modalidade de luta.
 Yomato Maida acabou por ficar em Belém, montou uma empresa, casou-se e, em 1922, disputou e venceu um mundial em Cuba. Seus companheiros voltaram para o Japão, com exceção de Satake, que foi para Manaus e montou uma academia de jiu-jítsu.
 Foram os alunos de Maida que mantiveram acessa a chama do interesse pelo jiu-jítsu. Entre eles estava o franzino Carlos Gracie. Apesar do físico, foi o melhor aluno de Maida e só perdia mesmo para o mestre.
 Depois Carlos Gracie mudou-se para o Rio de Janeiro. Ele, junto com os irmãos Gastão, José e Hélio, fundou uma academia. Numa época de domínio da capoeira, no Rio de Janeiro e em quase todo o Brasil. E foi o trabalho dos Gracie que fundamentaram o jiu-jítsu no Brasil, e o irmão de Carlos, Hélio, o mais jovem deles, passou a ser um lutador respeitado mundialmente.
 “Todos os que estão ligados a esse esporte sabem que, como luta, ele é o mais completo”, diz Orlando Duarte.
 Nome
 Jiu-jítsu quer dizer, literalmente, “arte doce” ou “arte suave”. É baseado, segundo uma velha tradição japonesa, no “ceder para vencer”. Explicava-se isso com um exemplo antigo: “Uma árvore recebia muita neve em seus galhos e cedia, cedia, até que a neve escorregasse, caindo, e os galhos retornavam à sua posição. A árvore rígida, que não cede, acumula a neve e acaba se partindo”. É o método do jiu-jítsu ceder para vencer, como a árvore na neve.
Fonte: Cidade nos esportes
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