Os primeiros atletas residentes no Brasil que representarão
o país nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 começaram a ser vacinados contra a
Covid-19 nesta sexta-feira, dia 14, no Centro de Capacitação Física do Exército
(CCFEx), na Urca, zona sul do Rio de Janeiro. A ação conjunta entre os
Ministérios da Defesa, da Saúde e da Cidadania, com coordenação do Comitê
Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), permitirá a
imunização de cerca de 1.800 profissionais que viajarão ao Japão, incluindo
atletas e demais credenciados.
A vacinação do Time Brasil faz parte do Plano Nacional de
Imunização (PNI) do Governo Federal e garante mais de sete mil doses extras à
população brasileira, imunizando 3.600 pessoas. Esta ação não terá custos para
o país, graças à doação do Comitê Olímpico Internacional (COI) de vacinas das
empresas farmacêuticas Sinovac e Pfizer.
“Estamos muito satisfeitos de poder ir aos Jogos imunizados
e ainda oferecer estas doses adicionais aos brasileiros. Temos a
responsabilidade de vacinar e proteger nossos atletas, aceitando esta doação do
COI. Esperamos que todos possam se vacinar”, disse o presidente do COB, Paulo
Wanderley Teixeira, que compareceu ao evento.
Além dele, participaram do início da vacinação, o Ministro
da Saúde, Marcelo Queiroga; o Secretário Especial do Esporte do Ministério da
Cidadania, Marcelo Magalhães; o Diretor do Departamento de Desporto Militar do
Ministério da Defesa, Major-Brigadeiro Isaias Carvalho; e o Secretário Nacional
de Esporte de Alto Rendimento, Bruno Souza. Queiroga, que é médico, foi o
responsável por aplicar as primeiras vacinas nos atletas brasileiros.
“O Japão é um país muito desenvolvido, está estipulando
protocolos seguros e precisamos de alternativas para viver com segurança nesse
ambiente pandêmico. Uma delas é a vacinação. Os Jogos Olímpicos serão
diferentes do que foram no Brasil e vamos aprender a conviver com as questões
sanitárias de maneira segura”, afirmou o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Os primeiros atletas vacinados foram Ana Marcela Cunha, campeã mundial de maratonas
aquáticas; Rosângela Santos, medalhista olímpica no atletismo;
Larissa Oliveira, nadadora dez vezes medalhista em Jogos Pan-americanos; Marcus
D’Almeida, vice-campeão pan-americano no tiro com arco; e Michel Pessanha, remador
paralímpico. Neste primeiro dia, serão aplicadas 281 vacinas, sendo 179 em São
Paulo, 53 em Saquarema (RJ) e 49 no Rio de Janeiro. A vacinação facultativa
prossegue neste sábado nos três locais.
“Se não existissem os atletas, essas vacinas talvez não
chegassem ao Brasil. São milhões de pessoas querendo esta vacina, mas sinto que
o esporte está fazendo a parte dele. A cada dose recebida por nós, outras duas
serão doadas para o SUS, para a sociedade”, disse Marcus D’Almeida.
“Poder tomar essa vacina traz muita segurança. Daqui três
semanas vamos tomar a segunda dose e depois chegaremos ao Japão sem maiores
problemas. Estou muito feliz de representar a delegação brasileira, e agora é
seguir rumo a Tóquio em busca das medalhas”, complementou Ana Marcela.
A partir de segunda-feira, a ação se estende para Brasília,
Fortaleza e Porto Alegre, chegando a Belo Horizonte na quarta, de acordo com a
logística estabelecida pelo Ministério da Defesa. A segunda dose da vacina será
aplicada entre os dias 7 a 11 de junho, a 25 dias do primeiro embarque para o
Japão e a 43 da abertura dos Jogos Olímpicos. Por meio do acordo, serão
beneficiados também os participantes dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, que
acontecem entre os dias 24 de agosto a 5 de setembro.
As vacinas serão repostas pelo Comitê Olímpico Internacional
(COI), que ofereceu doses a todos os Comitês Olímpicos Nacionais, além de
vacinas suficientes para imunizar mais dois cidadãos dos países beneficiados
pela doação. A delegação foi incluída no PNI a partir de nota técnica do
Ministério da Saúde, garantindo que não haja prejuízos para o cronograma da
população geral.
No início de março, o presidente do COI, Thomas Bach,
informou que a China havia oferecido vacinas a todos os atletas e oficiais
participantes dos Jogos de Tóquio e também dos Jogos Olímpicos de Inverno
Pequim 2022. Diversos países informaram a intenção ou já iniciaram a imunização
suas delegações, dentro de seus programas nacionais de imunização, como
Alemanha, Bélgica, Canadá, Espanha, Itália, México e Nova Zelândia.
O COI afirmou recentemente que acredita que a vacinação em
massa de atletas, apesar de não ser uma exigência do Comitê Organizador Tóquio
2020 e nem do próprio COI para a participação nos Jogos, será importante para
criar um ambiente mais seguro em Tóquio.