Membros da cooperativa de Sistema de Crédito Cooperativo
(Sicredi) se reuniram nesta segunda-feira (20) para discutir a provável
contratação do goleiro Bruno pelo Clube Esportivo Operário Varzea-grandense. A
empresa é uma das principais patrocinadoras do Campeonato Mato-grossense 2020,
ao lado da Lojas Martinello.
Na última sexta-feira, o goleiro Bruno Fernandes foi
autorizado pela justiça de Minas Gerais a cumprir parte da pena no regime
semiaberto em Mato Grosso, onde já possui acerto para jogar no Operário. O
atleta, que é condenado pela morte da ex-amante e modelo Eliza Samudio, deverá
receber cerca de R$ 5 mil no time.
A confirmação da contratação do goleiro deve ocorrer ainda
esta semana.
Em contato com a reportagem de FOLHAMAX, a assessoria do
Sicredi disse que o contrato de patrocínio foi firmado com a Federação
Mato-grossense de Futebol (FMF), que é responsável por repassar os valores às
10 equipes que disputam o estadual. As equipes, por sua vez, estampam a marca
da cooperativa nos uniformes e nas placas de publicidade ao redor do campo.
“O patrocínio do Sicredi é com a Federação Mato-Grossense
para o Campeonato Estadual de Futebol 2020”, diz nota da cooperativa.
Segundo a assessoria, o contrato do Sicredi com a FMF está
mantido. A única recomendação é de que, caso confirmada a contratação do
goleiro, a marca da cooperativa não seja estampada nos uniformes do Operário.
Sobre os valores a serem repassados ao clube, não haverá
nenhuma restrição. Isso porque, a divisão do "bolo" do patrocínio
cabe a FMF. Os recursos são utilizados para gastos com viagens e hospedagem dos
clubes, bem como incentivo às categorias de base das equipes.
POLÊMICA
A possível vinda de Bruno para o futebol de Mato Grosso tem
dividido as opiniões, tanto das pessoas que torcem pelo clube, como de outras
de cunho nacional. Algumas pessoas acreditam que se deve dar uma ‘segunda
chance’ ao goleiro, já que ele teria "pagado a dívida com a Justiça".
Em contrapartida, outros acham que o atleta não deve ser contratado por equipes
de futebol, pois não seria exemplo para as crianças que amam o esporte e podem
te-lo como ídolo.
Algumas pessoas públicas se manifestaram sobre esta situação.
No último dia 10 de janeiro, a atriz Juliana Paes, da Rede Globo, levantou uma
hastag em seu perfil no Instagram denominada #meuidolonaoefeminicida.
Na ocasião, a artista também convidou outras pessoas a
participarem do ‘movimento’. Paes ainda citou diversas atrizes, como Débora
Secco, Agatha Moreira, Sabrina Sato e entre outras.
Aqui no Estado, há também uma mobilização feita por
mulheres, onde será feita uma manifestação contra a vinda do goleiro para cá.
Com isso, uma concentração deverá ser realizada nesta terça-feira (21) na Arena
Pantanal. O evento está marcado para as 19hrs.
CASO REPETIDO
Em 2017, após sair da cadeia pela primeira vez, o atleta
fechou contrato com o time mineiro de Boa Esporte. Na época, o time chegou a
perder cinco patrocinadores que não queriam ter a imagem vinculada a um
feminicida.
Nesta ocasião Bruno chegou a ficar pouco tempo em liberdade
e fez cerca de 4 partidas pela equipe mineira. Após uma decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF), o atleta logo voltou para a cadeia, onde permaneceu até
2019, ano que passou a cumprir o regime semiaberto.