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Por subida em ano pré-olímpico, judô adota método próprio em cada naipe


(lance)
O planejamento do judô brasileiro para Tóquio-2020 tem sido minucioso, e o Grand Slam de Paris (FRA), que acontece neste final de semana, retratará tamanho cuidado. Diferentemente dos últimos anos, desta vez só as mulheres entrarão em cena. As preliminares, no sábado e no domingo, começarão às 7h (de Brasília), e as disputas por medalhas terão início a partir das 14h.
Apesar de a competição ser considerada uma das mais fortes do Circuito e valer até mil pontos no ranking mundial, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) não enviou o masculino, devido a uma diferença de planejamento entre as comissões técnicas dos dois naipes para o ano pré-olímpico. Afinal, a entidade reconhece que os homens ainda estão um degrau abaixo no quesito "rodagem" em comparação às mulheres no cenário internacional. 
No ano passado, o Mundial de Baku, no Azerbaijão, terminou com frustração, já que só Erika Miranda (52kg), agora aposentada, foi ao pódio, com um bronze. O Brasil encerrou com a pior campanha no individual desde Roterdã-2009. 
Em janeiro, o masculino realizou um treinamento de campo no Japão. Os judocas foram divididos em três grupos, de acordo com suas categorias de peso. Na primeira semana, cada turma se concentrou em uma universidade japonesa, sob o comando de um integrante da comissão técnica. Depois, se reuniram para mais dez dias intensos, antes de retornarem para seus clubes.
O objetivo da CBJ é avaliar o resultado do laboratório na estreia na temporada, no Grand Slam de Dusseldorf (ALE), nos dias 22, 23 e 24 de fevereiro. Na ocasião, o time viajará praticamente com força máxima, em ambos os naipes.
A equipe masculina tem como maiores referências Rafael Silva, o Baby, bronze na Rio-2016, e David Moura, ambos acima de 100kg. Dentre as novas apostas, estão Daniel Cargin (66kg), campeão mundial júnior em 2017 e quinto no último Mundial adulto, e Rafael Macedo (90kg), campeão mundial júnior em 2014. 
Já as brasileiras desembarcaram em Paris na quinta-feira, quando ainda fariam um treino de adaptação antes das lutas do final de semana. Em janeiro, enquanto os judocas treinavam, elas já disputaram o Grand Prix de Tel-Aviv (ISR). O país somente uma medalha de bronze, com Nathália Brígida (48kg).
Em Paris, a Seleção será representada por Maria Suelen Altheman (+78kg), Beatriz Souza (+78kg), Mayra Aguiar (78kg), Samanta Soares (78kg), Maria Portela (70kg), Ellen Santana (70kg), Ketleyn Quadros (63kg), Alexia Castilhos (63kg), Rafaela Silva (57kg), Tamires Crude (57kg), Eleudis Valentim (52kg), Larissa Pimenta (52kg), Brígida e Gabriela Chibana (48kg), que substituirá Sarah Menezes na competição.
– É um ano super importante para a gente ver o que está faltando. Vou competir bastante também e quero chegar bem. Estou me sentindo bem e preparada. Essas competições de início de temporada são, logicamente, muito duras, mas também são quase que um treinamento. É observar como estamos indo e ajustar ao longo das competições – afirmou Mayra, bicampeã mundial.
Campeã olímpica encara nova troca de peso
Medalhista de ouro em Londres-2012 na categoria até 48kg, Sarah iniciou o ano com foco nas disputas dos Grand Slams de Paris e Dusseldorf e do Aberto de Oberwart, na categoria até 48kg. Mas as últimas semanas foram de mudanças, e ela passará a representar o Brasil no meio-leve (52kg) em 2019. Com isso, seu calendário de competições foi replanejado pela comissão técnica.
 
Sarah Menezes - Flamengo
Sarah voltará à categoria até 52kg (Foto: Staff Images / Flamengo)
A alteração aconteceu após uma sequência de fatores. A aposentadoria de Erika Miranda, após o Mundial do ano passado, deixou o caminho livre para novas promessas.
Muitos apostavam em Jéssica Pereira para preencher a lacuna, mas a judoca, que havia perdido a luta pelo bronze em Baku para a veterana, foi flagrada em exame da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle Antidopagem) por uso de furosemida, um diurético, e está suspensa. De acordo com o código da entidade, ela pode pegar até dois anos de suspensão.
Agora, Sarah terá, mais uma vez, de recomeçar a luta por pontos na briga por Tóquio-2020. Em 2018, a judoca do Flamengo não fez grandes exibições. Ela ocupa a 34ª colocação no ranking. 
Em 2017, a atleta já havia trocado a categoria até 48kg pela até 52kg, devido à dificuldade de se manter no peso mais leve, mas, na ocasião, também não obteve resultados expressivos.
Para manter o Brasil em posição de destaque no cenário, a CBJ não deixa de apostar na experiência da piauiense. Ate hoje, o judô foi o esporte que mais rendeu medalhas ao Brasil em Jogos Olímpicos até hoje, com 22. Os únicos ouros foram de Aurélio Miguel, em Seul-1988, Rogério Sampaio, em Barcelona-1992, Sarah, em Londres-2012, e Rafaela Silva, no Rio-2016.
O GRAND SLAM DE PARIS

Quem competeMais de 600 judocas de 98 países estarão em ação no Palácio de Bercy. Entre eles, diversos medalhistas olímpicos e mundiais, como a tricampeã mundial Clarisse Agbegnenou (63kg), que lidera a seleção anfitriã, e um esquadrão de 23 japoneses, com Ami Kondo (48kg), Hifume Abe (66kg), Naohisa Takato (60kg), Soichi Hashimoto (73kg), além dos principais judocas de potências como Alemanha, Cuba, Rússia, Azerbaijão, Kosovo, Geórgia, Hungria, Israel, Mongólia, Holanda, Coreia do Sul, entre outros.
ProgramaçãoNa sexta-feira, acontecem o sorteio das chaves e a pesagem das categorias 48kg, 52kg, 57kg, 63kg, 60kg, 66kg e 73kg, que lutarão no sábado. As demais categorias - 70kg, 78kg, +78kg, 81kg, 90kg, 100kg e +100kg - lutarão no domingo.

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