O futebol feminino ainda engatinha no Brasil. O “país do
futebol” ainda possui uma mentalidade machista, com poucas oportunidades para
quem sonha se tornar uma jogadora. Felizmente o Avaí Futebol Clube age de forma
diferente.
Um menino que queira aprender e desenvolver-se como jogador
terá diversas opções de escolinhas ou categorias de base em clubes para dar
seus primeiros passos.
Já para as meninas o problema é bem maior. Encontrar uma
categoria de base é raro. E normalmente apenas para as jovens com mais de 14
anos, idade onde o ideal é que o jogador (a) já tenha seus fundamentos básicos
desenvolvidos.
Felizmente, temos uma história interessante com uma garota
que mostra novamente que lugar de mulher é onde ela quiser. A jovem Natália
Pereira, de 9 anos de idade é a primeira menina a fazer parte da categoria de
base de um clube brasileiro. A partir de 2019, ela integrará o elenco Sub-10 do
Avaí, seu time de coração.
Em matéria para o site Dibradoras, chama atenção a dificuldade que a família teve
para permitir que o sonho dela se tornasse realidade. Ela já tinha feito
história ao brigar pela artilharia da Liga Metropolitana, em competição onde
ela era a única menina entre 900 meninos, pelo ADIEE (Associação Desportiva do
Instituto Estadual de Educação).
Mesmo assim, não foi fácil para ela ter a primeira
oportunidade. Os dirigentes do Avaí mostraram uma resistência para aceita-la em
um primeiro momento, mas foram convencidos pelos pais da Natália e permitiram
que ela passasse por uma semana de avaliação. Importante citar que a comissão
técnica avaliou a jogadora como qualquer atleta, deixando claro que ela não
deveria ser beneficiada.
O treinador do sub-10, Lucas Colturato, vê um grande
potencial na jogadora, já tendo visto jogos anteriores e percebendo que a parte
técnica dela está muito avançada para a idade.
Vale citar que os novos companheiros de time abraçaram esta
novidade. Apesar de estranhar no começo, se renderam a qualidade da Natália.
Com apenas 9 anos, ela não tem noção do que representa este
feito. E nem precisa. Ela precisa ir atrás do seu sonho, independente de se
tornar ou não uma atleta profissional.
O que é importante é parabenizar o time do Avaí pela
oportunidade, por abrir as portas. E que daqui alguns anos, isso deixe de ser
novidade. Seja algo rotineiro. Para que o futebol possa realmente ser um lugar
de inclusão social, independente de raça, gênero ou opção sexual.
Afinal, nunca será só futebol.
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