A AMA/AF Associação de Amigos do Autista de Alta Floresta
estará realizando neste sábado, 28 de abril, a 3ª Caminhada de Conscientização
do Autismo.
Criada a partir de uma Assembleia realizada na Câmara
Municipal de Vereadores, em novembro de 2015, a AMA/AF começou a sua atuação de
fato em abril de 2016, com a 1ª Caminhada que segundo a sua presidente, Laila
Burli, foi a partir daquela data que se conseguiu atingir alguns objetivos, dar
visibilidade ao tema, fazer com que as famílias se despertassem e a cada dia
surgissem novos casos de crianças com diagnóstico.
“A gente ainda esbarra na dificuldade que é o tratamento às
famílias, o diagnóstico precoce a gente tem, mas as crianças com autismo
precisam de um tratamento multidisciplinar, com psicólogos, assistente social,
fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogos para as famílias, os pais se sentem
sobrecarregados porque a carga de acompanhamento é muito grande e a gente não
está tendo esse aparato, já imaginou pagar a cada profissional, duas vezes por
semana, que o seu filho tem que frequentar? O SUS não dá conta de toda a
demanda e as crianças estão ficando sem atendimento” diz Laila Burli.
Num último levantamento junto às escolas o número de
autistas no município girava em torno de cem, mas Laila acredita que esse
número já tenha sido superado, não se tem esse número atualizado.
A AMA funciona como um apoio emocional, um apoio de
solidariedade, como algo onde se agarrar. Quem não tem autista na família pode
não entender. Só quem tem sabe. Mas a situação está mudando.
Como cada criança desenvolve as características de uma forma
diferente é exatamente aí que está a importância da troca de informações entre
as famílias de autistas. O tratamento em casa, o modo de lidar com as crises, o
medicamento, dicas que deram certo para uns, podem dar certo para outros, enfim
“uma troca de figurinhas”, disse Laila informando a existência, inclusive, de
um grupo de watsapp onde participam pais, avós, amigos, cuidadores etc.
As crianças estão inseridas no ensino regular, em sua
maioria, e, se o tratamento vem precocemente, a criança terá uma vida adulta
tranquila. Bom lembrar que quanto mais cedo intervir, melhor para adquirir
essas condições, como a própria inserção no mercado de trabalho, exceto os
autistas não verbais, aqueles que não falam, esses serão sempre dependentes,
apesar de mesmo esses, às vezes. Conseguem ler, ser alfabetizados.
Outra coisa bacana que se conseguiu foi o entendimento da
sociedade sobre o autismo. E a diminuição do preconceito que ainda tem,
infelizmente. “Aquele olhar torto, situações em que a criança está em crise, em
local público, ainda existe alguma dificuldade de entender”. O atendimento
prioritário, romper a barreira do preconceito, um maior olhar do poder público,
principalmente na área da saúde que é onde mais se necessita, estão entre as
necessidades da AMA que a cada dia vai sendo conquistado um maior espaço.
A Caminhada deste sábado acontece a partir de uma
concentração na Praça da Matriz Santa Cruz às 7h30 e percorrerá um trecho das
duas avenidas principais de Alta Floresta.
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