O Estudante de Sinop Antônio Dresh, 14, foi medalha de bronze nos Jogos Escolares da Juventude em João Pessoa. Ele venceu na natação, estilo peito, na prova dos 100 metros. Essa é uma grande conquista para o garoto que tem hiperatividade e déficit de atenção.
Antônio é um daqueles exemplos de como o esporte pode ajudar as pessoas de diferentes formas. Aos seis anos de idade ele foi diagnosticado com imperatividade e déficit de atenção. O médico então recomendou aos pais que ele praticasse um esporte para liberar a energia e ficar mais calmo durante o dia. A notação foi a escolha.
Antes da natação Antônio era um menino inquieto, estressado e tinha muitas dificuldades de prestar atenção na sala de aula. Depois da natação o garoto se transformou. Hoje é bem mais calmo e amigo de todo mundo. “Foi incrível o que o esporte fez com ele”, disse a técnica, professora Sara Rezende, orgulhosa do pupilo.
A trajetória para ser o terceiro melhor nadador do país (sub 14) é repleta de percalços. Antônio é bolsista no Colégio Alternativo e para dar suas braçadas na piscina ele também dispõem do benefício na escola de natação ‘Pica Pau’.
Se não fossem esses benefícios provavelmente ele não estaria na modalidade. “Os pais dele são sitiantes e os materiais de natação são caros. O short que ele compete, que é de segunda mão, foi comprado meio a meio, os pais deram a metade e eu completei o valor”, disse a professora Sara.
Foi importante a continuidade do garoto no esporte, pois a família está sem condições de pagar o tratamento médico de Antônio, por conta dos altos valores. Só a consulta do neurologista, por exemplo, custa em média R$ 300 e os remédios também são muito caros. Então há quatro anos que Antônio está sem acompanhamento médico. “Ele está na fila do SUS e sua hiperatividade tem sido controlada graças a natação”, salientou a técnica.
Competição
A conquista do garoto significa muito para um Estado de pouca tradição na natação. Antônio ficou entre os melhores do Brasil ao lado de potências da modalidade, como Rio Grande do Sul, Paraná e Espirito Santo.
O primeiro resultado expressivo veio na sexta-feira (23), quando o garoto se classificou para a final dos 50 metros nado de peito. Na final ele também se destacou ao ficar na sexta colocação.
A medalha de bronze veio neste sábado (24), na disputa dos 100 metros nado de peito. Antes de cair na piscina, a técnica disse para Antônio fazer o melhor, que não importasse a colocação dele, se em primeiro ou em último. “Se ele desse o seu melhor ela já estaria satisfeita”.
O garoto incorporou as orientações da técnica, fez uma boa prova e garantiu a medalha de bronze. Ao analisar mais friamente o desempenho do estudante, Sara disse que a largada não foi muito boa, mas a virada foi excelente. “Se não fosse a largada ruim e as dores musculares que ele sentiu durante a prova ele poderia ter ficado em primeiro. Mas essa terceira colocação é significativa demais, porque realmente ele se esforçou. Essa é uma grande vitória de um garoto que começou a nadar aos seis anos por causa da hiperatividade”, enfatizou a professora.
Antônio fez parte da delegação de Mato Grosso (modalidades individuais), que conquistou 18 medalhas nos Jogos Escolares da Juventude em João Pessoa, sendo nove de ouro, quatro de prata e cinco de bronze.
A fase das individuais terminou na sexta-feira (23). Neste domingo (25) começam as disputas nas modalidades coletivas de futsal, handebol, vôlei e basquete. Mato Grosso tem chance de medalha principalmente no handebol, com a equipe formada por estudantes de Campo Verde.
O Governo de Mato Grosso custeou todas as passagens aéreas (ida e volta) para os 183 membros da delegação do Estado, entre estudantes, técnicos, dirigentes e equipe médica.
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| Fonte: MARCIO CAMILO - Seduc/Sael-MT |
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