Entidade está sob intervenção; decisão foi tomada nesta
tarde pelo juiz Mario Cunha Olinto Filho.
Em meio a pior crise de sua história, a CBF sofreu
intervenção nesta segunda-feira por decisão do juiz Mario Cunha Olinto Filho,
da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca, do Tribunal de Justiça do Rio. Ele
determinou a anulação da eleição de Rogério Caboclo, realizada em abril de
2018, e nomeou os presidentes do Flamengo, Rodolfo Landim, e da Federação
Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro, para comandar a confederação por 30
dias.
Cabe recurso à sentença, de primeira instância, e a CBF
já estaria agindo para fazer isso. Segundo o texto assinado pelo juiz, a
Assembleia Geral que reformulou a forma de votação para a presidência da
entidade também fica sem efeito.
Naquela assembleia, em março de 2017, houve a aprovação
do peso 3 para votos das 27 federações nas eleições da entidade, com peso 2
para clubes da Série A e peso 1 para os da Série B. Com isso, mesmo que todos
os 40 clubes das duas principais divisões nacionais se juntassem a favor de uma
candidatura, não teriam número suficiente para superar as federações.
Mario Olinto determinou ainda que no prazo de 30 dias
Landim e Carneiro convoquem o colégio eleitoral, formado agora pelas federações
e clubes da Série A, para votar alterações no estatuto da CBF, notadamente com
relação ao peso dos votos de federações e clubes.
O presidente interino da CBF, coronel Antônio Nunes,
continua no cargo. Mas terá que gerir a entidade ao lado de Landim e Carneiro,
caso eles aceitem a nomeação – até o fim da tarde não haviam se pronunciado
oficialmente, mas tudo indica que estariam de acordo com o juiz.
Se a decisão do magistrado for mantida, os atuais oito
vices da CBF também ficam sem o cargo e uma nova eleição para a presidência deverá
ser marcada.
O grave momento da CBF se dá por várias razões. Rogério
Caboclo está afastado por ter sido acusado de cometer assédio sexual e moral
contra uma funcionária da casa. Por trás dessa ação, segundo Caboclo, está
Marco Polo Del Nero, banido do futebol pela Fifa em 2018 por corrupção, e que
tenta manter o controle da entidade.
Fonte: Terra