O primeiro jogo do Cuiabá pelo Campeonato Brasileiro da
Série A – no qual terminou empatado
em 2 a 2 com o Juventude – serviu como um evento-teste para as
forças de segurança pública estadual, juntamente com o Juizado do Torcedor e de
Grandes Eventos, Ministério Público, Defensoria Pública e a secretaria
Municipal de Mobilidade Urbano. O jogo foi uma preparação para jogos
com expectativa de torcida no entorno da Arena Pantanal, como contra o Grêmio
ou contra o Flamengo, marcado para os dias 20 do próximo mês e 1º de julho,
respectivamente. Mesmo com portões fechados ao público, a expectativa é de que
os bares no raio de 5 km da Arena possam atrair público ou mesmo na entrada das
equipes na Arena Pantanal.
Para garantir a segurança do Brasileirão em Cuiabá, foi
reativada a Câmara Temática para Grandes Eventos instituída na secretaria de
Estado de Segurança Pública, reunindo a Polícia Militar, Politec, Polícia
Civil, Corpo de Bombeiros, Sistema Penitenciário, Poder Judiciário, Ministério
Público Estadual, Defensoria Pública, secretaria de Estado de Cultura, Esporte
e Lazer, Federação Mato-grossense de Futebol e a Semob.
“Se tiver uma briga em um bar aqui da região e o pessoal
está assistindo Cuiabá e Flamengo, por exemplo, é da nossa responsabilidade.
Tudo que estiver relacionado ao jogo. Casos de Lei Seca, homicídios, briga de
casal, mesmo no raio de 5 km do estádio já não entra na competência do
Juizado”, explicou a juíza titular do Juizado do Torcedor e de Grandes Eventos,
Patrícia Ceni.
O papel do Juizado do Torcedor envolve situações
relacionadas ao evento na esfera civil, criminal e até do Juizado da Infância,
como uma criança que possa se perder dos pais ou fugiu dos pais que estejam
assistindo ao jogo em bares. Em caso de portões abertos, o Poder Judiciário age
em casos também sobre assentos vendidos. Se o torcedor comprou ingresso no
setor Leste, mas o mesmo lotou e a pessoa não achou a cadeira, caberá a juíza
entrar em contato com a organização para reacomodar o torcedor ou se a pessoa
não quiser, o dinheiro é devolvido na hora.
Em caso de prisões de problemas relacionados aos jogos, seja
com portões fechados ou abertos ao público, o preso é conduzido pela PM e é
ouvido pelo delegado, passa pelo defensor público, depois o caso é analisado
pelo promotor que propõe ou não transação penal. Depois é
realizada audiência com a magistrada que decide sobre penalidade ou caso
de orientação. “Se não conseguirmos resolver a gente passa para a delegacia. Por
exemplo, se uma pessoa cometeu crime de menor potencial ofensivo, mas tem
mandado de prisão em aberto. Ele passa por nós, mas será encaminhado para a PJC
e depois segue para audiência de custódia no Fórum”.
O exame de corpo delito é feito na própria Arena Pantanal,
em uma unidade móvel do Instituto Médico Legal (IML) e a custódia dos presos é
feito em um ônibus do Sistema Penitenciário, em que os policiais penais do
Serviço de Operações Especiais (SOE) fazem a guarda. “Essa integração é
importante e serve de experiência para todos nós. Há muito tempo não tivemos
isso: um evento de grande porte. Fomos ao Rio de Janeiro buscar know how a
gente está mais tranquila porque está sem público, mas precisamos estar
preparados para os jogos contra os grandes públicos, ou caso tenha portões
abertos ao público. A Segurança Pública está de parabéns, estamos espantados
com essa gama de pessoas preparadas para todas as situações”, destacou o
promotor de Justiça, Mauro Poderoso.
De acordo com o secretário adjunto de Integração
Operacional da secretaria, coronel PM Victor Fortes, a proposta é de mostrar o
aparato da Segurança Pública e garantir a tranquilidade no arredor da Arena
Pantanal. “Essa simulação prepara a gente para os grandes jogos e demonstra que
todos estamos juntos para realizar esse trabalho em prol da sociedade”.
No próximo domingo, o Cuiabá encara o Fluminense, no
Maracanã, às 10h (horário de Mato Grosso). N na Arena Pantanal, o Cuiabá volta
a jogar dia 14 do próximo mês contra o Atlético Goianiense.
Redação Só Notícias (foto: assessoria)