No segundo dia de Copa do Mundo, já tem jogo com claro
aspecto de decisão. Não é exagero dizer que Marrocos e Irã se enfrentam às 12h
(horário de Brasília) desta sexta-feira, em São Petersburgo, em clima de final.
Os times são os azarões do Grupo B, que tem ainda os favoritos Portugal e
Espanha. Por isso, ninguém pode nem cogitar perder pontos nesta estreia.
A importância da partida é destacada dos dois lados desde o
sorteio do Mundial da Rússia, em dezembro. A nítida sensação é de que manterá o
sonho de ficar com uma das duas vagas da chave nas oitavas de final somente
quem ganhar esta primeira partida.
Este primeiro jogo será muito importante. Sabemos que
estamos em um grupo difícil, mas tudo é possível. O mais importante é olhar
agora para o Irã, não para Portugal ou Espanha, porque é uma final. E acredito
que o Irã pensa igual. Espero que seja um bom jogo, e tomara que a gente ganhe
os três pontos - disse o volante marroquino Karim El Ahmadi, do Feyenoord, da
Holanda.
- É uma partida especial. Os dois times estão obrigados a
ganhar, será uma partida muito competitiva. Temos uma missão e competiremos
pelos três pontos. Contamos com grandes jogadores, cheios de entusiasmo e
energia. No futebol, vencer é como um remédio, e ganhar na estreia motiva para
os próximos jogos. Por isso, quando tivermos a bola, vamos atacar bravamente
para fazer gol - disse Carlos Queiroz, português que comanda o Irã.
No desempenho recente das equipes, Marrocos pode ser
considerada a favorita, mesmo abaixo dos iranianos no ranking da Fifa (41º
lugar, quatro posições atrás do rival). Os africanos estão invictos há mais de
um ano: não perdem desde que levaram 1 a 0 de Camarões, em 10 de junho de 2017,
pelas Eliminatórias para a Copa Africana de Nações.
São 18 jogos sem derrotas, com 14 vitórias e quatro empates,
em uma série de partidas que teve como adversários times que estão no Mundial,
como Sérvia, Nigéria, Coreia do Sul e Egito. Para se ter ideia da importância
desse número, apenas Espanha (20) e Bélgica (19 jogos) desembarcaram na Rússia
com uma sequência invicta maior.
Marrocos não disputa uma Copa do Mundo desde 1998 e, nesta
semana, sofreu uma esperada derrota na disputa com Canadá, Estados Unidos e
México para sediar o Mundial de 2026. Mas a principal aflição para enfrentar o
Irã é o atacante Nabil Dirar, do Fenerbahce, da Turquia, um dos heróis da
classificação do país, que sofre com uma lesão muscular que quase o fez ser
cortado.
A seleção de Marrocos, comandada pelo técnico francês Herve
Renard, deve entrar em campo nesta sexta-feira com: El Kajoui; Mendyl, Saiss,
Benatia e Hakimi; Ziyech, Boussoufa, Belhanda, El Ahmadi e Amrabat; Boutaib.
Do outro lado, o Irã chega para sua quinta participação em
Copas do Mundo, sendo a segunda consecutiva, e tem Carlos Queiroz no seu
comando há sete anos - o português deve deixar o cargo depois do Mundial. O
técnico já avisou que seu time deve se preocupar em se defender durante 80% de
cada jogo e, assim, sonha estar nas oitavas de final.
Logo na estreia, porém, o time do Oriente Médio já terá de
superar desfalques. O meia Saeid Ezatolahi, de 21 anos, chamado de "Pogba
persa", cumpre suspensão por ter sido expulso nas Eliminatórias. Além
disso, o atacante Mehdi Taremi e o meia-atacante Askhan Dejagah estão
machucados.
A provável escalação da seleção do Irã nesta estreia na Copa
do Mundo tem: Beiranvand; Mohammadi, Pouraliganji, Cheshmi e Montazeri;
Shojaei, Haji Safi e Ebrahimi; Amiri, Azmoun e Jahanbakhsh.
O duelo entre Marrocos e Irã será o primeiro de sete jogos
em São Petersburgo neste Mundial. A cidade ainda receberá Rússia x Egito,
Brasil x Costa Rica e Nigéria x Argentina, todos pela fase de grupos, uma
partida das oitavas de final, outra da semifinal e a disputa pelo terceiro
lugar.
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Russia 2018