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Roberto de Andrade admite que pressão pesou na queda de Oswaldo

Presidente causou discórdia ao apostar em Oswaldo no final da temporada (foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


O presidente Roberto de Andrade se mostrou desconfortável ao anunciar oficialmente a demissão do técnico Oswaldo de Oliveira, no início da tarde desta quinta-feira, no Parque São Jorge. Ao lado do diretor de futebol Flávio Adauto e do gerente Alessandro, o mandatário reconheceu que a pressão de conselheiros e torcedores influenciou a sua decisão.
“Logicamente, existe a pressão, esse negócio contra de todo o mundo, que não consigo mensurar”, lamentou Roberto, que contava com bons resultados no final da temporada para manter Oswaldo de Oliveira. O técnico, contudo, fracassou na missão de conduzir o Corinthians à próxima Copa Libertadores da América, obtendo pífios 37,03% de aproveitamento dos pontos que disputou. “Sabíamos que ele não poderia fazer muita coisa em um curto espaço de tempo. Mas a resposta também não foi dentro do mínimo que esperávamos”, disse.
A contratação de Oswaldo de Oliveira havia sido uma decisão unilateral de Roberto de Andrade, deflagrando uma crise política no Corinthians. Andrés Sanchez criticou a postura do seu antigo aliado, e Eduardo Ferreira decidiu se desligar da diretoria de futebol. Paralelamente, iniciou-se um processo de impeachment do presidente no Conselho Deliberativo.
“Sempre ouvi as pessoas. Isso é um pouco de lenda. Mas a palavra final é do presidente, mesmo se tivermos dez nomes de técnicos na mesa. Posso escolher com a concordância de 20 pessoas ou com um 19 a 1”, posicionou-se Roberto. “E não fiquei sozinho na escolha do Oswaldo. Muito ao contrário. Muita gente ficou do meu lado. Não será diferente agora, com um novo nome”, acrescentou.
Seja como for, a queda de Oswaldo de Oliveira serve para amenizar a insatisfação entre os conselheiros. Haverá uma reunião entre eles ainda na noite desta quinta-feira, no Parque São Jorge. “Se todo o mundo estava contra o Oswaldo, acredito que estou fazendo uma coisa que agrada. Não fiz para agradar a ninguém, mas pensando em prol do Corinthians. Se isso também contribuir com a situação, ótimo”, afirmou Roberto de Andrade.
Embora contente por agradar a muitos, o presidente do Corinthians negou mais de uma vez que a crise interna atrapalhe o seu planejamento para o próximo ano. “Não entendo assim. Sei que pediram o meu impeachment, mas a minha defesa já foi entregue na Comissão de Ética. Estou muito tranquilo, porque sei que não cometi nada de errado. Tudo está mostrado por documentos. E não posso depender disso para continuar. Procuro separar política de trabalho. O Corinthians não pode esperar”, bradou.
Justamente porque o Corinthians não pode esperar, Roberto de Andrade irá se reunir com Flávio Adauto e Alessandro nesta tarde para tentar definir um substituto para Oswaldo de Oliveira – de preferência, um que não gere tanta discórdia quanto o técnico campeão mundial de 2000. As preferências do presidente são mantidas em sigilo.
Fonte: Gazeta Esportiva

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