Candidato preferido por europeus, suÃço, de 45 anos, vence
eleição no segundo turno com 115 votos, contra 88 do xeque do Bahrein. Mandato
atual vai até 2019
Ex-secretário-geral da Uefa, Gianni Infantino é eleito
presidente da Fifa
O suÃço Gianni Infantino, de 45 anos, é o novo presidente da
Fifa. O ex-secretário-geral da Uefa derrotou três candidatos e, no segundo
turno, foi eleito nesta sexta-feira para um mandato até 2019 - complementando o
tempo deixado pelo antecessor Joseph Blatter. Infantino será o nono presidente
da Fifa, o oitavo europeu - o brasileiro João Havelange (1974-1998) é a
exceção. Sua missão será resgatar uma entidade devastada por escândalos de
corrupção e na maior crise de credibilidade de sua história.
- Queridos amigos, não posso expressar meus sentimentos.
Vamos recuperar a imagem e o respeito da Fifa. Temos de estar orgulhosos da
Fifa, todos têm de estar, orgulhosos pelo que faremos juntos. Quero agradecer a
todas as confederações, todos os candidatos. É uma competição que é um grande
sinal de democracia, quero ser o presidente de todos vocês, de todas as 209 federações
nacionais. Viajo pelo mundo e continuarei fazendo isso. Quero trabalhar com
todos vocês juntos para reerguer a Fifa em uma nova era, onde o futebol estará
no centro do palco. É o momento de deixar para trás momentos tristes e de
crise, de aplicar as reformas e para isso devemos implementar uma boa
governança, transparência, respeito. Vamos recuperar esse respeito com muito
trabalho e confirmar que podemos mais uma vez focar nesse jogo maravilhoso que
é o futebol - prometeu em seu primeiro discurso como presidente eleito.
Com 115 votos no segundo turno, Infantino derrotou o xeque
Salman Ibrahim Al-Khalifa, do Bahrein (88 votos), o prÃncipe Ali Bin Al-Hussein
(quatro votos), da Jordânia e o diplomata francês Jérôme Champagne (nenhum
voto). O empresário sul-africano Tokyo Sexwale desistiu da candidatura minutos
antes do pleito. Fontes da CBF afirmam que o representante brasileiro, Coronel
Nunes, votou em Infantino nos dois turnos.
A própria candidatura de Infantino foi um produto da crise
polÃtica. O plano A da Europa sempre foi Michel Platini, ex-presidente da Uefa,
que acabou banido pelo Comitê de Ética da Fifa por ter recebido de Joseph
Blatter um pagamento suspeito no valor de 2 milhões de francos suÃços (R$ 8
milhões).
Sem Platini, seu número 2 na Uefa foi a solução encontrada
pelo Velho Continente Infantino teve apoio dos europeus, da América do Sul e da
Concacaf. Foi o candidato que mais viajou durante a campanha - foi pessoalmente
a todas as confederações para pedir votos.
Sua "plataforma de campanha" baseou-se em prometer
mais dinheiro para as associações nacionais de futebol. Infantino afirma que,
se a Fifa investir melhor o dinheiro que desperdiça, será possÃvel subir para
US$ 5 milhões (R$ 20 milhões) o repasse anual para as federações - hoje esse
valor é de US$ 2 milhões (R$ 8 milhões).
Outra bandeira de Infantino é o aumento do número de
participantes e sedes da Copa do Mundo. Em entrevista ao GloboEsporte.com em
janeiro, o suÃço defendeu que, a partir de 26, o Mundial seja disputado por 40
seleções em múltiplas sedes.
A eleição vencida por Infantino também é um resultado da
crise. Em maio do ano passado, Joseph Blatter, presidente desde 1998, havia
sido eleito para mais um mandato de quatro anos. Mas, por causa das prisões
ocorridas dias antes do pleito, sentiu-se forçado a renunciar e convocar novas
eleições.
A intenção de Blatter era ficar no poder até 26 de
fevereiro, mas nem isso foi possÃvel. O pagamento feito a Platini foi
investigado pela Comissão de Ética e Blatter terminou banido por seis anos de
qualquer atividade ligada a futebol. Quando a punição terminar, o ex-presidente
da Fifa terá 85 anos.
Para além dos escândalos de corrupção - e também como
produto deles - a Fifa encontra-se em crise financeira. A entidade lida com uma
fuga de patrocinadores e gastos inéditos com advogados e por isso fechou 2015
no vermelho, algo que não acontecia desde 2002. O prejuÃzo foi de US$ 102
milhões. A Fifa não tentou amenizar ou esconder a situação pela qual passa. Em
sua apresentação, o secretário-geral interino, Marcus Kattner, afirmou que a
entidade tem enfrentado "grande pressão das autoridades", "forte
crÃtica da mÃdia e do público em geral" e que os funcionários estão com
"a moral afetada".
O mesmo Congresso da Fifa que elegeu o suÃço também aprovou
uma série de reformas cujo objetivo é desconcentrar o poder das mãos do
presidente, do secretário-geral e do Comitê Executivo, conferir mais
transparência e incluir mais mulheres na cúpula da entidade.
Fonte: olho no esporte
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